O fim do «ilusionismo» <br>em Vila Nova de Gaia

No dia 20, a mai­oria PSD/​CDS aprovou, com a abs­tenção do PS, na As­sem­bleia Mu­ni­cipal de Vila Nova de Gaia, o úl­timo Plano e Or­ça­mento deste man­dato. Apro­vei­tando a oca­sião, os eleitos do PCP con­de­naram «al­guns as­pectos do dé­fice de­mo­crá­tico que tem mar­cado estes anos», que passam pelas «con­ti­nu­adas au­sên­cias do pre­si­dente [da Câ­mara] das ses­sões da As­sem­bleia», pela «falta de reu­niões dos vá­rios con­se­lhos mu­ni­ci­pais, assim im­pe­didos de cum­prir os seus ob­jec­tivos» e pela «falta de res­postas a ques­tões co­lo­cadas em re­que­ri­mentos apre­sen­tados pela CDU, que de­cor­reram das com­pe­tên­cias de fis­ca­li­zação de­mo­crá­tica atri­buídas aos de­pu­tados mu­ni­ci­pais, assim des­res­pei­tando as normas le­gais ati­nentes».

Na sessão, os co­mu­nistas de­nun­ci­aram, de igual forma, a «de­ma­gogia po­pu­lista» que tem re­gido a ac­tu­ação da mai­oria PSD/​CDS, no­me­a­da­mente as «Ta­rifas So­ciais» e «Ta­rifas Fa­mi­li­ares» na água e sa­ne­a­mento, que «apenas abrangem um ín­fimo nú­mero de utentes», e o re­forço na área so­cial em 2013, que «dis­porá apenas de 1,5 mi­lhões – menos 200 mil euros do que no Plano an­te­rior».

Sobre as dí­vidas ge­radas ao longo dos úl­timos anos, al­gumas desde 2003, a CDU in­formou que, anu­al­mente, a au­tar­quia «terá de pagar 21 mi­lhões de euros, ou seja, quase 20 por cento da re­ceita que fica logo ca­tiva para o pa­ga­mento dos em­prés­timos».

Di­mi­nuição de verbas

As crí­ticas dos eleitos do PCP es­tendem-se também à di­mi­nuição das re­ceitas (menos 40 mil euros) para a for­mação con­tínua dos tra­ba­lha­dores, assim como dos apoios fi­nan­ceiros atri­buídos às ins­ti­tui­ções so­ciais, que «são di­mi­nutos face à gra­vi­dade e ex­tensão da crise no nosso con­celho», e à ine­xis­tência de «qual­quer po­lí­tica de Ju­ven­tude», sendo que nem o res­pec­tivo Con­selho Mu­ni­cipal fun­ciona, «apenas “eventos” e “par­ce­rias”».

Ainda se­gundo os co­mu­nistas, a «rede viária é uma lás­tima, ge­ra­dora de grandes pre­juízos para as po­pu­la­ções», as «ca­rên­cias na mo­bi­li­dade são fla­grantes», as «zonas de ins­ta­lação em­pre­sa­rial são uma ex­pressão do in­su­cesso da atracção de em­prego por parte da Câ­mara, num con­celho que tem dos mais ele­vados ín­dices de de­sem­prego do País», «não há qual­quer re­fe­rência à Cul­tura» e o «ale­gado “peso ins­ti­tu­ci­onal” da Câ­mara não existe, nem nos in­ves­ti­mentos pú­blicos (o novo hos­pital de Gaia não avança, o centro de re­a­bi­li­tação não abre, o Metro fica pa­rado em Santo Ovídio), nem nos pri­vados (des­lo­ca­li­zação e en­cer­ra­mento de em­presas, em­pre­en­di­mentos pa­ra­li­sados, obras sus­pensas, in­ves­ti­mentos que afinal já não vêm)».

«Gaia é hoje um con­celho com ele­vados ín­dices de de­sem­prego e po­breza, pois a aposta em “cen­tros co­mer­ciais” trouxe a ruína às pe­quenas em­presas e ao co­mércio tra­di­ci­onal, e a aposta nos “mega-agru­pa­mentos” e “super-es­colas” apenas con­tri­buiu para au­mentar ainda mais o de­sem­prego entre os pro­fes­sores e ou­tros agentes edu­ca­tivos», alertou a CDU, fri­sando que «o tempo do ilu­si­o­nismo já está a chegar ao fim» e que Gaia «pre­cisa de outra po­lí­tica, com cri­té­rios e pri­o­ri­dade, mais vol­tada para as pes­soas, guiada pela jus­tiça so­cial e por um de­sen­vol­vi­mento har­mo­nioso e sus­ten­tado».



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